segunda-feira, 18 de maio de 2009

Duas histórias

As músicas de amor são infinitas e em grande número clichês, mas existe uma que particularmente me toca por sua história. Achei válido por isso e resolvi compartilhar com vocês.

A música se chama Conversa de Botas Batidas, composta por Marcelo Camelo (Los Hermanos). A letra foi inspirada em dois velhinos que eram amantes e se esconderam de todos por muitos anos, até que um dia estavam em um motel, aconteceu uma trajéia (acho que pegou fogo) e eles não podiam se entregar pois todos descobririam do caso. Morreram juntos.

- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria um amor
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso por favor
Esse é so o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar

- Veja você, quando é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder
E se amar se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar

Refrão
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugarE
agora está de bem

Refrão
Diz quem é maior
Que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem vamos além
Vão dizer
Que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair

Agora o texto que eu levei quinta passada:

Infinito Enquanto Dure
Das histórias de amor, me intrigam mais as que acabam.

Ela tinha 12 anos quando tudo começou. Gostava dele que nem toda pré-adolescente gosta: um amor platônico pelo loiro de olhos azuis da série de cima. Até que entrou na turma dela uma garota de infância amiga do menino. As duas logo viraram melhores amigas e ela a aproximou do menino. Os dois, a menina apaixonada e o menino da série de cima, começaram a se aproximar e, com o passar do tempo, já eram amigos.
A menina começou a namorar um fortão, o menino descobriu que gostava dela. Então era que nem história de novela, um gostava do outro, outro do um, um não tinha idéia dos sentimentos do outro, e vice-versa.
O namoro acabou.
O menino, que tinha agora 17 anos, viajou com o pai para um país próximo, trouxe um presente e um brinde. O brinde era uma caneca, o presente era um beijo. Logo começaram a namorar. Formaram o casal mais bem resolvido que já conheço. Nunca os vi brigados. Se completavam, se divertiam, se conheciam, se amavam. Não sei dizer quem amava mais, eram os dois apaixonados.
Moravam em frente um ao outro. Se viam todo dia. Eram um tal de te amo pra cá, te amo pra lá. Lindo, linda. Fizeram intercâmbio no mesmo ano e moraram juntos. Voltaram para o Brasil, viram o fim de vários namoros, o começo de outros, e estavam sempre juntos, mês a mês, dia a dia.
Viveram essa alegria por três significativos anos.
O menino, que tinha agora 20 anos, viajou com o pai para um país próximo, trouxe um presente e uma notícia. O presente era um “eu te amo” materializado em uma caneca, a notícia era que o namoro chegava ao fim.
E foi assim, sem mais nem menos, sem outros nem outras, sem brigas nem saturação, o simples e puro fim do amor.
Tenho para mim que o amor não acabou por completo, mas como uma fogueira que um dia foi faísca, hoje é apenas brasa. Eis, então, o amor infinito, com início, meio e, inevitavelmente, fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário